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PRESIDENTE DA ABDAN VÊ NOVO CICLO NO SETOR NUCLEAR COM A ENTRADA DA J&F NO QUADRO DE ACIONISTAS DA ELETRONUCLEAR


PRESIDENTE DA ABDAN VÊ NOVO CICLO NO SETOR NUCLEAR COM A ENTRADA DA J&F NO QUADRO DE ACIONISTAS DA ELETRONUCLEAR

A recente aquisição da participação da Eletrobras na Eletronuclear pelo grupo J&F gerou várias repercussões dentro do setor nuclear. A entrada de um novo sócio na estatal, que passa por dificuldades financeiras, pode representar o início de uma nova fase na história da companhia. Essa é a avaliação do presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha. Para ele, a chegada do novo investidor privado representa uma mudança significativa no cenário do setor nuclear brasileiro, ao substituir um sócio sem interesse em permanecer no segmento por outro disposto a investir e impulsionar projetos. Cunha destacou ainda que a operação abre caminho para a retomada efetiva de Angra 3, em um momento em que o governo discute a atualização de custos e cenários para a conclusão da usina. O dirigente também acredita que o governo tende a apoiar uma maior participação do capital privado nas próximas etapas de desenvolvimento da indústria nuclear. Por fim, Cunha falou sobre as expectativas com o evento Nuclear Legacy, que acontece hoje (20) e amanhã (21), em Brasília, reunindo e homenageando as principais personalidades do segmento. O ex-presidente José Sarney será um dos condecorados hoje com a Medalha de Honra ao Mérito Nuclear.

Como o senhor avalia a aquisição de ações da Eletronuclear pelo grupo J&F?

A compra da participação da Eletrobras pelo grupo J&F foi extremamente positiva em nossa visão. Primeiro, porque removemos do empreendimento um sócio que não tinha interesse em permanecer no segmento nuclear e inserimos um investidor disposto a investir. A Eletrobras, a nosso ver, prejudicou muito o projeto de Angra 3 e toda a Eletronuclear. Mas agora há uma hipótese real de termos o projeto sendo alavancado e caminhando efetivamente.

É importante também a sinalização que tivemos na reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que determinou a atualização dos custos e o estudo de três cenários para a conclusão de Angra 3. Isso é algo plenamente normal. Afinal, um estudo foi feito, mas a decisão no CNPE não foi tomada até agora. O tempo passou, os custos aumentaram e é preciso atualizar a tabela de preços. É natural que o BNDES atualize esses dados, e para essa atualização é necessário investir recursos.

O que este novo investidor pode representar tanto para o futuro da Eletronuclear quanto para o projeto de Angra 3?

Na nossa opinião, a J&F é um investidor que busca ativamente a compra de ativos no setor elétrico de geração de energia. O grupo demonstra apetite para fazer as coisas acontecerem, para desenvolver o setor elétrico como um todo. Isso resolve um problema do passado e traz um investidor com o desejo de avançar. Como o governo está sinalizando o apoio a essas transações, ele certamente apoiará tudo o que for necessário. Não tenho dúvidas de que isso irá acontecer.

O senhor considera este movimento da iniciativa privada no setor nuclear é um processo sem volta?

Sim. Acredito que é um processo sem volta. O Ministro Alexandre Silveira falou, em audiência pública nesta semana no Congresso, sobre a necessidade de avançar não só com Angra 3, mas de reorganizar e reestruturar o setor. A governança da indústria nuclear está realmente sofrível. Aproveito para deixar a sugestão ao ministro de criar uma governança ligada diretamente a ele, que possa fazer as coisas acontecerem, não só em relação a Angra 3, mas também na área de mineração e nos demais segmentos do setor nuclear.

O que esse movimento da J&F pode representar para a discussão a respeito do monopólio da União no setor nuclear?

Eu considero a J&F um grupo forte, com comprometimento em relação às questões do Brasil. O fato de o governo concordar com o negócio sinaliza que o avanço na maior participação do setor privado é fundamental. Enxergamos isso como um caminho que será trilhado a partir de agora.

Como a ABDAN tem acompanhado a situação da Eletronuclear? No final da última semana, o presidente interino renunciou ao cargo da empresa.

Eu considero natural que, com a troca de acionistas, haja mudanças. A tendência é que todos os diretores sejam substituídos, talvez com exceção da diretoria de operação, por ser uma diretoria extremamente técnica.

Para finalizar, a ABDAN realiza o evento Nuclear Legacy nesta semana em Brasília. Quais serão as principais atrações da edição deste ano?

O Nuclear Legacy é o nosso evento anual de gala, onde o mundo político e grandes gestores se reúnem. Inclusive, tivemos a confirmação de que o presidente José Sarney participará do evento deste ano e será condecorado com uma Medalha de Honra ao Mérito Nuclear. Sera um momento extremamente simbólico, pois foi durante o seu mandato que a usina de Angra 1 foi inaugurada.

Serão dois dias de programação. Nesta segunda-feira, teremos o jantar de gala no Clube Naval de Brasília. Amanhã, no Câmara dos Deputados, será realizada uma sessão solene no Plenário Ulysses Guimarães, às 9h, e a inauguração de exposição no Corredor Tereza de Benguela, com a apresentação de marcos, aplicações civis e perspectivas do setor, com foco em segurança, regulação e inovação. Depois, retornaremos ao Clube Naval para um almoço e, em seguida, teremos dois painéis de debate.

Quais serão os temas dos painéis?

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